quarta-feira, 21 de abril de 2010

Professores de Rafael Fernandes mobilizados em favor do Piso e do Plano de Carreira

Os servidores municipais da Educação de Rafael Fernandes e Água Nova decidiram aderir ao chamamento da Confetam (Confederação dos Trabalhadores no Serviço Público Municipal) e Fetam/RN (Federação dos Trabalhadores em Administração Pública Municipal do Rio Grande do Norte) para uma mobilização nacional em favor da qualidade do ensino.

No Dia Nacional de Luta dos educadores Municipais, os trabalhadores paralisaram as atividades por 24 horas como forma de tentar pressionar a prefeitura de ambos os municípios para que acate as propostas encaminhadas pela categoria referentes ao Plano de Cargos, Carreira e Remuneração (PCCR) do magistério e adote o piso salarial nacional.

A presidente do Sindiserpran (Sindicato dos Servidores Públicos de Rafael Fernandes e Água Nova), Rosineide Nascimento, espera sensibilização dos gestores quanto a necessidade de implementar o piso e construir planos de carreiras que priorizem os profissionais do magistério.

A categoria questiona diversas cláusulas do plano, como a redução de 50% para 30% no salário dos professores que mudam de nível 1 para 2, além da ausência de eleições diretas para a diretoria das escolas e creches municipais.

Pela manhã, a mobilização ocorreu no auditório da Câmara Municipal de Rafael Fernandes. Ficou acertado que a categoria aguardará a contraproposta feita pelo prefeito Nicó Junior, para só então analisar que medidas tomar.

Já em Água Nova aconteceu uma assembléia com os professores na sede do Sindiserpran. A partir das 15h00 os professores saíram em caminhada pelas ruas da cidade com destino ao legislativo, onde foram recebidos pelos edis.

Em mensagem enviada ao legislativo, a prefeita Iliene Maria disse que não tem como atender as reivindicações dos servidores da Educação. O plano acabou não sendo votado devido a ausência de três dos nove vereadores.

Uma nova sessão foi marcada para a próxima terça-feira (27). Os professores resolveram realizar uma nova reunião no sábado (24), já com indicativo de greve.

sexta-feira, 2 de abril de 2010

Presidente Lula e ministro da Educação defendem Piso e Carreira na Conae

O presidente Lula anunciou que vai pessoalmente conversar com os governadores que não pagam o Piso Salarial Nacional dos profissionais de educação. Foi durante a Conferência Nacional de Educação (Conae). Numa defesa contundente de reivindicações históricas da Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação (CNTE), Lula afirmou que “o casamento entre educação de qualidade e valorização do professor têm que ser indissolúvel”.
O presidente lamentou que alguns estados ainda não paguem o Piso e se dispôs a falar com os governadores, atendendo a uma sugestão feita pelo ministro da educação, Fernando Haddad, também durante a Conae.
“Terminou o tempo de tratar as professoras como normalistas ou professorinhas. Esse sonho acabou. Os professores tiveram a profissão sucateada e mal tratada. A remuneração faz parte da qualidade da educação e eu não me conformo que um Piso de R$ 1,020,00 é bom para um educador que toma conta de nossos filhos”, lamentou o presidente.
O ministro Haddad sugeriu ao presidente que adote em relação ao Piso a mesma postura que teve com o salário mínimo e “reúna governadores, prefeitos e entidades como a CNTE para fixar metas para recompor a remuneração dos educadores”, disse Haddad.
Para o presidente da CNTE, Roberto Franklin de Leão, o fato de o presidente Lula ter se comprometido em conversar com os governadores demonstra a importância que o Piso tem. “O presidente reconheceu que os professores ganham mal. Ele se dispôs a construir um processo de debate e esse é um peso muito importante e eu espero que a gente consiga avançar na implantação efetiva do Piso”, afirmou.
Leão destacou que ainda há uma divergência entre os valores que o governo reconhece para o Piso (R$ 1,020,00) e o defendido pela CNTE (R$1,3 mil). “Mas isso faz part e do debate. Só naõ aceitamos desvincular o Piso do Fundeb. Mas a CNTE tem sempre disposição em discutir”, disse.
O ministro Haddad lamentou que a baixa remuneração dos professores esteja afastando os jovens da carreira de magistério. “Se quisermos que a educação seja prioridade número um no país, temos que contar com o trabalhador em educação”, concluiu Haddad.